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  • Não é questão de apenas combater o “vigente” ou o que está no poder. O combate à inúmeras ameaças que estão ainda tentando disputar o poder, mesmo que aparentemente ou a princípio fracos, devem ser combatidos constantemente também para impedir qualquer changes de conseguirem disputar e chegar ao poder.

    E eu aproveito essa conversa para também dizer que mesmo em um futuro onde os trabalhadores tenham feito revolução e o comunismo/anarquismo predomine, o combate contra demais ideologias em busca de poder nunca tem fim.

    O que o texto propõem não é o combate ao conhecimento ou intelectualidade. Eu não sei se foi isso que você interpretou do texto ou se você está apenas aproveitando o assunto para levantar essa questão.

    Mas o objetivo do texto é criticar a classe intelectual, e aqueles que querem pertencer, ou se sentirem pertencente a elas, como forma de buscar privilégios políticos e/ou sentimento de superioridade (hierarquia) moral/intelectual.

    Por mais que no sentido clássico intelectuais e administradores não sejam considerados trabalhadores, enquanto que no mundo atual sejam, mesmo falando que são todos trabalhadores não quer dizer não exista diferentes realidades materiais, e consequentemente conflito de interesses, entre a própria classe trabalhadora. Por isso a importância do combate à divisão do trabalho, e a mescla entre lavoura e indústria, entre agricultura e cidades, onde trabalhadores podem trabalhar nas rotas de manhã, nas indústrias a tarde, na criação artística no final do dia e dedicar a atividade intelectual a noite, e vive versa, fazendo com que trabalhadores entenda e façam parte da realidade material um do outro.

    Certas vertentes vanguardistas de esquerda, que dizem que somente eles podem liderar e guiar os trabalhadores, alegando que os trabalhadores não têm condições ou capacidade material (ainda) para compreender a luta de classe e combater o capitalismo. Ou pior, falam que camponeses devem ser a retaguarda dos proletariados. Veja que esses princípios revolucionários já partem mantendo divisões de classe, ou do trabalho entre trabalhadores, é consequentemente, o conflito de domínio sobre uns sobre os outros no lugar de liberação. Mesmo que seja com a “boa intencao” na crença de que o domínio deles é benevolente e necessário para poder então liberar a todos.

    Além do da Ideologia Alemã que eu citei, outro livro que dedica muitas páginas e se foca mais diretamente nessa questão se chama “Os Condenados da Terra” de Franz Fanon. No caso, ele fala mais de eventos históricos revolucionários nos países coloniais e suas lutas de liberação. Mas um terceiro livro que aponta a mesma questão a partir das experiências administrativas do poder, tanto de países capitalistas quanto dos países ditos socialistas, como a China e União Soviética, se chama “Seeing Like a State” de James Scott.




  • Eu nao tenho tempo de ler todo esse texto agora mas sobre o tema, Leiam Prussiudum e Socialismus de Oswald Spengler.

    Não tem como realmente aprender e entender fascismo (socialismo da terceira via) sem ler os fascistas. O socialismo fascista é anterior a Hitler.

    O socialismo fascista se opõem ao liberalismo pq o segundo é baseado no individualismo (liberdade individual), já o primeiro significa que as pessoas devem se abdicar dos interesses individuais para o social, no sentido que a pessoa deva aceitar a posição social que está no lugar de competir com demais pessoas por melhor condição social. Nesse sentido, a pessoa então, no lugar de competir ela pode se dedicar completamente em ser o melhor do que ela já é. E sendo o melhor no que faz ela deve contribuir para a sua sociedade (atravez da grandeza do estado e sua autoridade) com a promessa que uma grande nação fará a vida de todos melhor. Já a competitividade individualista liberal leva ao contrário, segunda tal teoria fascista socialista.

    O socialismo fascista é uma terceira via, com um nome semelhante ao socialismo do liberalismo mas com teoria e significado completamente diferente.

    Editado: eu li o texto todo agora então vou comentar sobre ele:

    Por fim, deixo as palavras do próprio Hitler que evidenciam bem a disputa que ele queria travar pelo termo: “Socialismo é a ciência de lidar com o bem comum. Comunismo não é socialismo. Marxismo não é socialismo. Os marxistas roubaram o termo e confundiram seu significado.

    Eu não sei se Hitler mesmo falou isso. Mas originalmente essas palavras são de Spengler. Quase 20 ou 30 anos antes de Hitler chegar ao poder.

    Aliás, muito o que o Texto atribuí a Hitler não veio dele. Ele apenas pegou ideias, ideologias e teorias que já existiam para uso de suas políticas.

    O que o Hitler fez foi pregar e praticar essas ideias fascistas de forma populista extremamente exacerbada (Nazismo). Tanto é que Fascistas hardcore como Spengler eram contra o Nazismo. E não apenas isso, ele preveu as guerra mundial e o Nazismo decadas antes.

    A Raiz desse socialismo fascista vem dos povos Tautonicos, que criaram exércitos para caçar e matar infiéis (nao-catolicos). E dessa forma era um povo militarizado, de cultura militar.

    A Prússia veio de uma das ramificações dos Tautonicos. Era uma sociedade formada a partir da cultura militar. Esse socialismo fascista tem raiz, então, no idealismo religioso cristão junto com o militarismo.

    Os Burgueses liberais, apesar de defenderem o capitalismo igual aos fascistas, não são iguais aos fascistas, justamente por serem liberais.

    Os próprios princípios teoricos economicos capitalistas, que surgiram na Escócia/Inglaterra, se fez baseado na ideia dos trabalhadores como proprietários de terras em uma sociedade predominantemente agraria, que era o caso da Inglaterra de então. Os liberais capitalistas sempre defenderam o estado mínimo justamente para a maior autonomia dos proprietários de terra, junto com seus direitos que protejem seus interesses individuais (auto determinação). E esses princípios, veio justamente das revoluções camponesas que criaram distribuição de terras e riquezas.

    A Alemanha também foi Polo de revolução camponesa mas o predomínio das guildas é cidades livres criou uma numerosa classe de artesãos, que no capitalismo passaram a ser a classe média. As guildas protegiam a estabilidade social e econômica fazendo seus membros não terem que competir uns com os outros. O capitalismo fez o contrário, era cada um por si e a classe média passou a ter enorme risco de virarem trabalhadores braçais ou acumularem grande dívidas com os bancos para conseguirem competir com seus concorrentes no capitalismo. Isso somado com a campanha dos velhos barões feudais desejando a volta do antigo sistema, que manta desigualdade mas com estabilidade e sem competição, e somado a cultura militar não só da Prússia mas também dos pequenos estados cidades que surgiram como contra revolução camponesa. Os princípios socialistas fascistas passou a revigorar.

    Bismarck quis unir a Alemanha para “modernizar” ela. Era uma campanha para tornar a Alemanha capitalista e eliminar o feudalismo de vez. E isso foi inspirado na França, com Napoleão, que foi o maior propagador do capitalismo na Europa ocidental, do qual os principados se mostraram vulneraveis militarmente.

    Ja uma vez que os burgues liberais se tornam a classe dominante, eles passam a mesclar elementos fascistas para preservar sua dominancia, deixando de serem socialistas como eram reconhecidos a principio.

    Vale tambem lembrar que o proprio estado moderno surgiou com a uniao da maior proprietaria de terras feudais (A Igreja catolica) com os nobres, para financializar exercitos proficionais e fazer a contra revolução camponesa. Similar aos povos Teutonicos. Em ambos os casos baseado em princípios idealistas de União das pessoas primeiro atravez da religião, e em segundo atravez da identidade nacional. E em ambos os casos estavam a raiz do colonialismo (Tomar terras de trabalhadores e povos de diferentes locais e impor a eles a submissão religiosa-politica deles). A inquisição foi literalmente isso, um Colonialismo praticado na Europa pela Igreja e nobres. E é dessa ferramenta militar, de submissão das pessoas a uma união ideológica, religiosa, nacional que os burgueses tomaram posse. E as ferramentas que usamos também nos moldam a elas.

    Os elementos fascistas sempre estão nas estruturas estatais. Como também está na democracia representativa, em que as pessoas delegam sua liberdade (participação no poder) a representantes políticos. E para a democracia representativa ter estabilidade às pessoas tem que ter um ideal em comum sobre elas, para que respeitem os votos e a própria democracia em si. E essa é a promessa do Estado liberal, prometendo unir as pessoas atravez da identidade nacional, prometendo que todos passam a serem iguais perante a lei que reconhecem todos os seus cidadoes como iguais, independente de classes. Mas ainda defendendo a auto determinação individual (a princípio pelo menos).