O nome de Marcelo surge ligado ao caso de duas bebés lusobrasileiras que fizeram um tratamento de quatro milhões de euros em Portugal. Chegaram com consulta marcada e vários médicos foram contra.

Gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal receber o tratamento Zolgensma, no Hospital Santa Maria, depois de terem sido diagnosticadas com Atrofia Muscular Espinhal. Trata-se do medicamento mais caro do mundo e em causa está uma alegada interferência de Marcelo Rebelo de Sousa que terá permitido que as bebés tivessem acesso ao tratamento de quatro milhões de euros para as duas. O Presidente da República nega e não se lembra de falar sobre o caso com o filho, que vive no Brasil, e que é referido pela mãe das crianças — mas há um e-mail que o confirma.

É “clarinho, clarinho” que houve uma cunha, garante no programa Exclusivo, da TVI, António Levy Gomes, coordenador da unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria. O médico foi um dos profissionais de saúde que assinaram uma carta dirigida ao presidente do Conselho de Administração da altura, Daniel Ferro, onde era contestada a situação, desde logo pelo facto de as crianças já estarem a receber outro tratamento no Brasil (não de uma só toma e que obriga a continuidade ao longo da vida), mas também porque outras pessoas na mesma circunstância não têm acesso ao mesmo medicamento devido ao preço.

As gémeas nasceram no Brasil em 2019, foram diagnosticadas com Atrofia Muscular Espinhal e a família rapidamente iniciou uma campanha de donativos que permitisse o tratamento. O objetivo nunca foi atingido (eram precisos dois milhões de euros para cada criança) e a boa notícia acabou por chegar em junho de 2020, quando surgiu uma resposta positiva de Portugal.